A ema, uma ratita pertencente à ordem Rheiforme, é uma espécie dotada de grande importância científica e valor zootécnico que se encontra distribuída nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste do Brasil. Dessa maneira, objetivou-se descrever a morfologia do trato urinário da ema. O uso dos animais foi aprovado pelo ICMBio (nº 53573-2) e CEUA (processo nº 23091.010469/2016-03), os animais vieram a óbito por causas naturais e foram conservados em freezer. Para o experimento os animais foram descongelados e incisados na região celomática para acesso a cavidade celomática, com posterior lateralização das vísceras para visualização da fossa do sinsacro, a fim de localizar os órgãos do trato urinário, e assim realizada a fotodocumentação macroscópica. Após, foi realizada a coleta de fragmentos dos órgãos e fixação em paraformaldeído 4%, posteriormente estes foram encaminhados para processo de inclusão e coloração. O trato urinário das emas é composto pelos rins, ureteres e cloaca (urodeu). Os rins encontram-se na depressão do osso sinsacro, chamado de fossa renal, sendo estes simétricos. Topograficamente relacionava-se cranialmente com os pulmões, caudalmente com a cloaca, ventralmente com o sistema digestório e dorsal com sinsacro. Macroscopicamente são divididos em lobos, um cranial, um médio e um caudal, sendo o lobo cranial o de maior tamanho e o caudal o menor, este se relacionando de forma direta com o sinsacro. Microscopicamente, os rins apresentavam-se divididos em duas regiões, uma cortical e outra medular. No córtex foram observados dois tipos de glomérulos, um reptiliano e outro mamífero, sendo que os do tipo mamífero eram maiores, estavam em menor número e possuíam alça de Henle que se estendia até a zona medular, já nos do tipo reptilianos, encontrados em maior número, não era visualizado alça de Henle. Os túbulos proximal e distal apresentavam um epitélio cúbico simples, com presença de microvilosidades que caracterizavam uma região de borda em escova nos túbulos proximais. Os ureteres surgiam como tubos alongados que emergiam a partir do lobo médio e seguiam em direção à cloaca. Estes eram formados por quatro túnicas, a mucosa, submucosa, muscular e serosa. A mucosa era constituída por epitélio colunar simples, lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo e a muscular da mucosa de musculo liso. Na submucosa foi observado tecido conjuntivo contendo nervos e vasos sanguíneos, a camada muscular era composta por fibras lisas e a serosa era composta por tecido conjuntivo frouxo, com uma camada de mesotélio. A cloaca dividia-se em três porções: coprodeo, urodeo e proctodeo, sendo o urodeo onde desembocam os ductos deferentes e os ureteres. O urodeo encontrava-se separado do coprodeo pela prega coprourodeal (cranialmente) e do proctodeo pela prega uroproctodeal (caudalmente). Na microscopia, apresentou epitélio cilíndrico simples, lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo e a muscular da mucosa possuindo musculo liso, submucosa de tecido conjuntivo frouxo, camada muscular composta por musculatura lisa e por último a adventícia que é formada por tecido conjuntivo frouxo. Conclui-se que a anatomia macroscópica e microscópica do trato urinário de emas se assemelha a de outras ratitas.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas